Conforme salienta Geanderson Bertoldi dos Santos, chef premiado pela revista Panificação Brasileira, por 5 vezes consecutivas como um dos melhores padeiros do Brasil, o fermento natural, conhecido também como levain, é uma técnica milenar que tem desempenhado um papel crucial na história da panificação ao redor do mundo. Utilizado para fazer pães de qualidade superior, o levain não apenas fermenta a massa, mas também confere sabores complexos e texturas distintas.
Neste artigo, exploraremos a fascinante história por trás do fermento natural, desde suas origens ancestrais até sua ressurgência contemporânea na culinária artesanal.
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Qual é a origem histórica do fermento natural?
O fermento natural remonta aos primórdios da história da panificação, datando de milhares de anos atrás. Civilizações antigas, como os egípcios e os mesopotâmicos, foram alguns dos primeiros a dominar o processo de fermentação natural, utilizando misturas de farinha e água deixadas ao ar livre para capturar as leveduras naturais presentes no ambiente. Esses povos descobriram que a fermentação espontânea não apenas fazia a massa crescer, mas também melhorava o sabor e a digestibilidade dos pães.
Com o passar dos séculos, o conhecimento sobre o fermento natural foi se difundindo pela Europa e Ásia, cada região desenvolveu suas próprias técnicas e variações do processo. No entanto, conforme explica Geanderson Bertoldi dos Santos, foi na Idade Média que o levain se tornou a técnica predominante de fermentação de pães, sendo amplamente utilizada em mosteiros e padarias artesanais.
Como o fermento natural influenciou a evolução da panificação?
A introdução do fermento natural revolucionou a panificação ao proporcionar uma alternativa mais confiável e saborosa ao fermento de cerveja anteriormente utilizado. Ao contrário dos fermentos comerciais modernos, que são rápidos e uniformes, o levain permite uma fermentação mais lenta e controlada, o que resulta em pães com textura mais macia, miolo alveolado e crosta crocante. Além disso, como elucida Geanderson Bertoldi dos Santos, o perfil de sabor do pão de levain é mais complexo devido às bactérias ácido-lácticas presentes no fermento natural, que contribuem com notas levemente ácidas e aromas sutis.
Durante os períodos de guerra e escassez de alimentos na Europa, o conhecimento sobre o fermento natural foi crucial para a sobrevivência das comunidades, permitindo que as famílias assassem pães nutritivos mesmo em tempos difíceis. Esse legado de sustentabilidade e autonomia alimentar continua a ressoar até hoje, com muitos padeiros artesanais e entusiastas da gastronomia redescobrindo e celebrando as tradições do levain.
Qual é o ressurgimento contemporâneo do fermento natural?
No século XXI, há um crescente movimento em direção à panificação artesanal e sustentável, impulsionado por um interesse renovado na qualidade dos alimentos e na preservação das práticas tradicionais. O fermento natural, com sua conexão profunda com o passado e sua capacidade de produzir pães excepcionais, tornou-se um símbolo dessa tendência. Padeiros modernos estão explorando técnicas antigas de fermentação e adaptando-as aos padrões de consumo atuais, criando uma variedade de pães artesanais que são valorizados por sua autenticidade e sabor único.
Além disso, de acordo com o chef Geanderson Bertoldi dos Santos, o fermento natural também encontrou um lugar de destaque na comunidade de culinária, sendo frequentemente discutido em blogs, redes sociais e workshops especializados. Enquanto isso, consumidores conscientes estão optando por produtos de panificação feitos com ingredientes naturais e métodos tradicionais, reconhecendo o valor tanto do processo quanto do produto final.
Uma ponte entre tradição e inovação na arte da panificação
A história do fermento natural é uma jornada fascinante através do tempo, desde suas origens antigas até seu ressurgimento na gastronomia contemporânea. Ao longo dos milênios, este método de fermentação não apenas moldou a forma como fazemos pães, mas também influenciou a cultura alimentar global, destacando-se pela sua simplicidade, sustentabilidade e capacidade de criar sabores incomparáveis. Como reitera Geanderson Bertoldi dos Santos, à medida que continuamos a apreciar e aperfeiçoar o artesanato da panificação, o fermento natural permanece como um elo essencial entre o passado e o presente na nossa mesa.