A fruticultura em Roraima começa a respirar novos ares com a recente liberação para exportação de frutas em áreas livres da mosca-da-carambola. A mudança foi oficializada por uma nova portaria do Ministério da Agricultura, que define diretrizes para a comercialização segura das frutas produzidas no estado. Após anos de prejuízos e restrições, especialmente após a quarentena sanitária decretada em 2023, produtores rurais como Cristóvão Rodrigues da Silva, que trabalha há mais de duas décadas com manga, celebram a possibilidade de finalmente voltar a lucrar com a produção local.
A fruticultura em Roraima vinha sendo seriamente afetada pela praga conhecida como mosca-da-carambola, responsável por impedir a comercialização interestadual e internacional das frutas. Mesmo regiões onde nunca foi detectada a presença da praga foram afetadas por restrições severas, levando muitos agricultores ao prejuízo. A fruticultura em Roraima chegou a registrar perdas de até 30 toneladas em uma única safra, como aconteceu com Cristóvão, que precisou descartar metade de sua colheita por conta das barreiras sanitárias impostas.
A nova portaria permite que áreas livres da praga retomem a comercialização, desde que cumpram exigências rigorosas. Entre elas, estão o monitoramento constante da presença da mosca, coleta e destruição de frutos hospedeiros, além do acompanhamento técnico em todas as etapas de produção e transporte. A fruticultura em Roraima agora depende do engajamento dos produtores e da atuação eficaz dos órgãos de fiscalização para que a retomada seja sustentável e segura.
Embora muitos fruticultores estejam otimistas com a medida, a fruticultura em Roraima ainda enfrenta desafios. Pequenos produtores, como Ilson Ferreira, do sul do estado, alegam que os custos operacionais impostos pelas exigências sanitárias tornam inviável o transporte de pequenas quantidades de frutas. Segundo ele, lacrar cargas e contratar fretes para volumes baixos é economicamente impraticável, o que pode manter os pequenos agricultores fora do mercado, mesmo com a flexibilização das regras.
A fruticultura em Roraima tem potencial para expansão, segundo estimativas da Agência de Defesa Agropecuária (Aderr), que projeta um crescimento de até 40% no número de produtores registrados. A expectativa é que, com o novo cenário, o setor consiga se fortalecer, atrair novos investimentos e diversificar ainda mais sua produção, que atualmente inclui frutas como manga, goiaba, limão, laranja e mamão. A fruticultura em Roraima tem vocação para exportação e agora recebe um estímulo decisivo para alcançar novos mercados.
A retomada da fruticultura em Roraima também representa uma oportunidade econômica para o estado, que pode diversificar sua base produtiva e gerar empregos no campo. A liberação para exportar frutas reacende a esperança de produtores e incentiva a adoção de práticas agrícolas mais modernas e sustentáveis. Essa transformação, no entanto, exige apoio técnico e políticas públicas de incentivo, especialmente voltadas aos pequenos produtores, que são os mais vulneráveis aos custos das novas exigências.
A fruticultura em Roraima está em uma encruzilhada. Por um lado, há o entusiasmo com a retomada das exportações e a possibilidade de expansão. Por outro, persistem as barreiras logísticas e econômicas que afetam principalmente os pequenos agricultores. O sucesso dessa nova fase dependerá do equilíbrio entre fiscalização, investimento em infraestrutura e assistência técnica. Se esses fatores forem bem geridos, Roraima poderá se consolidar como um polo relevante na produção de frutas para o mercado nacional e internacional.
Em resumo, a fruticultura em Roraima atravessa um momento de transição. A nova portaria do Ministério da Agricultura marca um passo importante para o setor, mas também traz consigo o desafio de adaptar-se a um novo modelo de produção e comercialização. A fruticultura em Roraima tem agora a chance de se reinventar e mostrar seu valor, desde que os obstáculos sejam enfrentados com políticas públicas eficazes, planejamento e, sobretudo, união entre os produtores.
Autor: Mohamed Sir