Durante uma mobilização contra o Marco Temporal, realizada no Centro Cívico de Boa Vista, produtos artesanais e remédios tradicionais feitos por indígenas foram oferecidos à população. O evento, que ocorreu até o dia 6 de agosto de 2024, contou com a participação de representantes dos povos Macuxi, Taurepang e Wapichana, que se manifestaram em defesa das demarcações de terras indígenas no Brasil.
Os visitantes puderam encontrar uma variedade de produtos, incluindo joias, pimentas, sabonetes vegetais e remédios naturais. Os stands, organizados por artesãos e agricultores locais, apresentaram itens como óleos de copaíba e andiroba, que são extraídos de plantas medicinais da região.
Maria Bethânia, uma artesã do povo Macuxi, destacou a importância de participar de eventos como este para divulgar o artesanato indígena. Ela e outras mulheres da comunidade Aningal, na Terra Indígena Aningal, expuseram pulseiras e brincos feitos com caroços de açaí, ressaltando a sustentabilidade de seus produtos.
Tati Peppe, de 46 anos, também participou da mobilização, oferecendo sabonetes vegetais e remédios medicinais. Ela enfatizou que seus produtos são baseados no conhecimento tradicional de sua cultura, promovendo benefícios como cicatrização e proteção da pele.
Andressa de Souza, uma jovem de 21 anos, trouxe pimentas e peixes para vender. Ela mencionou que a participação na mobilização é crucial para a renda de sua família e para a valorização dos produtos sustentáveis que consomem no dia a dia.
Os preços dos produtos variavam, com itens artesanais custando entre R$ 5 e R$ 30. A aceitação de pagamentos em dinheiro ou PIX facilitou as vendas, atraindo mais visitantes ao evento.
A mobilização não apenas promoveu a cultura indígena, mas também serviu como um espaço de resistência e união entre os povos originários. Os participantes expressaram seu compromisso em defender os direitos garantidos a eles, mostrando que estão unidos na luta por suas terras e tradições.
Os produtos continuaram a ser vendidos até o final do evento, destacando a importância do artesanato e da medicina tradicional na preservação da cultura indígena e na geração de renda para as comunidades envolvidas.