Segundo o procurador e professor da UERJ Bruno Garcia Redondo, investir em iniciativas culturais é uma forma estratégica de promover inclusão, fortalecer identidades e combater desigualdades históricas. A cultura vai além do entretenimento: ela conecta indivíduos, estimula a criatividade e contribui para o desenvolvimento integral das comunidades. O fortalecimento de políticas públicas culturais voltadas à transformação social tem se mostrado eficaz em diversos contextos.
Políticas culturais como instrumentos de inclusão social
Entre os principais papéis da cultura na transformação social está sua capacidade de incluir populações historicamente marginalizadas. Projetos que levam arte, música, literatura e cinema para regiões periféricas ou comunidades tradicionais contribuem para a valorização dos saberes populares, o empoderamento de grupos vulneráveis e a construção de novas narrativas coletivas.
De acordo com Bruno Garcia Redondo, políticas públicas que reconhecem a diversidade cultural e promovem o acesso equitativo às oportunidades artísticas ajudam a reduzir desigualdades sociais. Elas funcionam como pontes entre os diferentes segmentos da sociedade, ampliando o diálogo e promovendo o respeito à pluralidade. Iniciativas como centros culturais comunitários, bibliotecas itinerantes e editais de fomento descentralizado são exemplos práticos de como a cultura pode ser implementada com foco na inclusão.
Educação e cultura: uma parceria estratégica para a cidadania
A articulação entre cultura e educação é uma das estratégias mais eficazes para transformar realidades. Projetos que integram atividades culturais ao ambiente escolar promovem o desenvolvimento de competências socioemocionais, estimulam a criatividade e ampliam o repertório dos estudantes. Bruno Garcia Redondo frisa que a presença da cultura nas políticas educacionais contribui para formar cidadãos mais críticos, conscientes e participativos.

Boas práticas públicas nesse campo incluem programas de cultura nas escolas, festivais estudantis, produção de material pedagógico com base nas culturas locais e parcerias com artistas da região. Essas ações revelam o potencial da cultura como aliada na formação integral e na promoção da cidadania.
Cultura e território: valorização da identidade e do patrimônio local
A promoção de iniciativas que resgatam tradições, preservam o patrimônio histórico e celebram as manifestações populares ajuda a fortalecer os vínculos comunitários e a autoestima coletiva. Como destaca Bruno Garcia Redondo, reconhecer e apoiar a produção cultural local é uma forma de combater o apagamento histórico e de promover o desenvolvimento sustentável dos territórios. Exemplos de boas práticas incluem o apoio a festas populares, artesanato tradicional, culinária regional, rodas de conversa com mestres da cultura e programas de turismo cultural com enfoque social.
Boas práticas públicas e o fortalecimento das políticas culturais
Para que a cultura seja, de fato, uma ferramenta de transformação social, é essencial investir em políticas públicas consistentes, articuladas e sustentáveis. Como expõe Bruno Garcia Redondo, o sucesso das boas práticas culturais depende da escuta ativa da população e da valorização dos saberes comunitários.
Plataformas digitais, leis de incentivo, editais participativos e parcerias com organizações da sociedade civil são recursos valiosos para ampliar o alcance das políticas culturais. Quando bem utilizados, eles impulsionam a criatividade coletiva e ampliam o impacto transformador da cultura nos territórios.
Cultura como pilar de uma sociedade mais justa
A cultura como ferramenta de transformação social precisa ser vista como prioridade nas agendas públicas. Mais do que um setor isolado, ela é transversal às políticas de educação, saúde, segurança e desenvolvimento. Investir em cultura é investir na dignidade humana, na memória coletiva e na construção de um país mais inclusivo.
Bruno Garcia Redondo reforça que a efetivação de boas práticas públicas culturais exige compromisso político, planejamento estratégico e diálogo com a sociedade. Quando bem estruturadas, essas ações geram impactos duradouros, resgatando o protagonismo das comunidades e fortalecendo o tecido social por meio da arte, da expressão e da diversidade. Assim, consolidar a cultura como política de base é um passo decisivo rumo a uma transformação social real, profunda e cidadã.
Autor: Mohamed Sir