A preparação de Roraima para a COP30 envolve a ampliação de parcerias estratégicas e o fortalecimento da infraestrutura, elementos essenciais para atrair investimentos e aumentar a visibilidade do estado no cenário internacional. Essa análise foi feita por Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio da Amazônia Legal, em uma entrevista exclusiva à Folha. Brito esteve em Boa Vista para discutir com representantes do governo estadual as oportunidades que o evento climático pode proporcionar.
Durante sua visita, Brito enfatizou a importância da articulação entre diferentes esferas de governo para que Roraima possa aproveitar ao máximo as oportunidades geradas pela COP30. Ele destacou que o estado deve trabalhar em conjunto com o governo federal para estabelecer parcerias com investidores internacionais. Para ele, um ambiente favorável, que inclua segurança jurídica e projetos bem estruturados, é fundamental para atrair novos investimentos.
Uma das prioridades mencionadas por Brito é a melhoria da infraestrutura, especialmente a ligação rodoviária com a Guiana. Ele considera essa obra crucial para impulsionar o comércio exterior e aumentar a competitividade do estado. O asfaltamento da estrada que liga Roraima ao porto da Guiana é visto como uma condição indispensável para o desenvolvimento econômico da região.
Brito afirmou que a conclusão dessa ligação rodoviária é vital para que Roraima se torne mais internacional e tenha acesso a mercados globais. Ele ressaltou que, quanto mais cedo essa obra for realizada, mais oportunidades o estado terá de se integrar ao comércio internacional. A estrada asfaltada, semelhante à que já existe do lado brasileiro, é considerada a obra mais urgente para o futuro de Roraima.
O secretário também observou que outros estados da Amazônia Legal têm avançado na captação de investimentos nos últimos anos. Ele acredita que Roraima pode acelerar esse processo, seguindo o exemplo de estados como Acre e Pará, que têm buscado parcerias eficazes. Para Brito, é essencial que Roraima adote um modelo mais ágil para atrair investimentos e se desenvolver.
A COP30 é vista por Brito como uma oportunidade estratégica para o estado, uma vez que o evento se concentra em questões climáticas globais, e não apenas em problemas brasileiros ou amazônicos. Ele espera que Roraima possa apresentar suas potencialidades e reforçar sua posição na agenda de desenvolvimento sustentável, atraindo investimentos para infraestrutura e inovação.
Brito também destacou a importância de aproveitar a presença de líderes políticos e empresariais mundiais durante a COP30. Ele acredita que esse é um momento crucial para discutir os desafios enfrentados pelo Brasil e buscar soluções viáveis. A participação ativa de Roraima nos eventos paralelos pode ser uma chance de mostrar suas necessidades e potencialidades.
Por fim, a situação da pavimentação entre Roraima e o porto da Guiana ainda enfrenta desafios. A BR-401, que conecta Boa Vista à fronteira, está pavimentada até Bonfim, mas a estrada do lado guianense até Georgetown ainda possui trechos não asfaltados. A pavimentação da estrada Lethem-Linden, na Guiana, está em andamento desde 2017, mas ainda não foi concluída, o que dificulta o transporte de mercadorias e limita o comércio exterior do estado.